
Ao todo, 63 afogamentos foram registrados no Litoral da Paraíba até o dia 10 de dezembro de 2018, conforme o Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros do estado. Esses dados não especificam em quais casos houve morte. Na quinta-feira (3), um jovem morreu afogado no rio Paraíba, no trecho localizado em Bayeux, na Grande João Pessoa, após se desequilibrar e cair da embarcação em que estava.
De acordo com o aspirante Amorim, do Corpo de Bombeiros, esses números são referentes a atendimentos prestados a pessoas que já estavam se afogando. No entanto, mais de 500 intervenções diretas foram registradas nos casos em que havia a forte possibilidade de afogamento.
“São pessoas que estavam prestes a se afogar e houve uma ação de intervenção do guarda-vidas seja para retirá-las da água, através da verbalização, por meio de apitos ou utilizando nossas embarcações para retirar pessoas que estavam prestes a cair em uma correnteza”, explicou.
Ele ressaltou que ações preventivas têm tido um papel importante na redução desses casos. “Esse trabalho vem sendo desenvolvido de forma significativa no Corpo de Bombeiros, para que a gente evite estar registrando esses casos de afogamentos nos nossos dados estatísticos. Os números já foram maiores e a gente vem sempre trabalhando na ação preventiva para que a nossa ação reativa seja diminuída”, disse.
No Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, segundo dados da assessoria de imprensa, 24 pacientes deram entrada vítimas de afogamento em 2018, uma redução de aproximadamente 29,4% em relação ao ano anterior, quando 34 atendimentos por esse motivo foram contabilizados.
Falsa segurança
O aspirante Amorim afirmou que, em muitos casos, a falta de consciência dos banhistas sobre os riscos é a principal causa. “Você negligenciar o seu limite físico. Se você não é um bom nadador, você deve evitar nadar muito distante, evitar aquelas brincadeiras que geralmente têm apostas de quem anda até um determinado ponto”, pontuou.
Segundo o bombeiro, o perfil observado em relação à maioria das vítimas de afogamento é o de homens jovens. “Não é regra, todas as pessoas têm um potencial de se afogar, desde que negligenciem uma condição sua, venham a adentrar demais no mar. Água a partir do umbigo já pode exigir uma condição de natação do indivíduo que se ele não estiver capaz de nadar ele pode se afogar”, disse.
Além disso, ele ressaltou que alguns fatores, como o uso de bóias e o consumo de bebidas alcóolicas, podem contribuir para um afogamento. “A bóia traz uma falsa sensação de segurança. Às vezes o pai tira a atenção da criança, muitas bóias são dimensionadas de uma forma que a criança geralmente encaixa os pés e, quando ela vira, não consegue retornar. Então a gente sempre orienta que tenham cuidado com bóias e mantenham as crianças sempre à distância de um braço do adulto”, salientou.
De acordo com a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, até o dia 19 de novembro de 2018, 30 mortes por afogamento tinham sido registradas pela corporação em todo o estado.

Primeiros-socorros
O integrante do Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros destacou que, em casos de afogamento, não é recomendado que outras pessoas entrem na água, mas que acionem a corporação, por meio do número de emergência 193 ou dos postos nas praias, e joguem materiais que ajudem a vítima a flutuar.
“Não orientamos uma intervenção por parte da população. Lógico que ninguém consegue ver uma pessoa se afogando e não fazer nada. Então uma ação que poderia ser feita é oferecer uma flutuabilidade, com o uso de bolas, de bóias. É um ato mais seguro para quem não tem um preparo técnico específico para atuar em uma ação de salvamento aquático”, salientou.
Verão
O aspirante ainda comentou que praias em que há corrente de retorno, quando o mar puxa o banhista para dentro, e um fluxo maior de banhistas são pontos em que há um maior índice de afogamentos, como Praia Bela, a praia de Coqueirinho e em Baía da Traição.
Segundo ele, a Operação Verão do Corpo de Bombeiros, que começou no dia 10 de dezembro, reforçou os postos de atendimento nas praias do litoral paraibano, justamente para atender e garantir a segurança.
Fonte: G1PB