
Nesta 5ª feira (10.jan.2019), Nicolás Maduro, 56 anos, toma posse para 1 novo mandato como presidente da Venezuela.
Eleito em meio a uma contestada eleição em maio de 2018 –quando 54% dos venezuelanos se abstiveram de votar, opositores questionaram a legitimidade do processo e o principal rival político, Leopoldo López, estava preso–, Maduro terá mais 6 anos à frente do principal cargo político do país.
A missão é considerável: tentar apaziguar uma nação profundamente abalada por uma grave crise econômica, superinflação, desabastecimento de serviços básicos e ondas de emigração em massa.
Além disso, o governo empossado precisará lidar com a crescente desconfiança internacional, que se alastrou pela vizinhança e materializou-se nos esforços do Grupo de Lima –1 conjunto de 12 países, incluindo o Brasil– focado em reestabelecer o rito democrático venezuelano, considerado corrompido e totalitário.
O país teve no Brasil, em especial, a mais destacada deterioração de relações diplomáticas, chegando a expulsar 1 embaixador brasileiro de Caracas no final de 2017.
Agora, contudo, a Venezuela de Maduro encontrará 1 inédito modelo de governo no Palácio do Planalto, autoproclamado “anticomunista” e disposto a pressionar diplomaticamente por uma renúncia em prol da Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano.
No Itamaraty do chanceler Ernesto Araújo, o 1º sinal foi claro: o venezuelano teve a presença vetada na cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro. “Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela“, afirmou Araújo à época.
A própria Assembleia, dominada pela oposição desde dezembro de 2015, não reconhece a legitimidade da presidência de Maduro, considerada “usurpada” e ditatorial.
Como forma de driblar a perda do controle legislativo, o regime venezuelano convocou uma Assembleia Nacional Constituinte em 2017 e transferiu os poderes legislativos para o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), de maioria governista. Com isso, será o TSJ a instituição que empossará o presidente nesta 6ª.
Maduro herdou o governo venezuelano em 2013, após a morte de Hugo Chávez –considerado 1 líder popular e carismático– que estava desde 1998 no comando do país.
Crises econômicas, sociais e políticas se amplificaram internamente desde que assumiu o poder.
A cotação internacional do barril de petróleo, principal fonte de exportação e base da economia venezuelana, chegou a despencar de US$ 111,87 em julho de 2014 para US$ 30,80 em janeiro de 2016.
Além disso, o FMI projetou uma inflação recorde de 1.000.000% no país em 2018, forçando a implementação de uma nova moeda (o bolívar soberano) com 1 corte de 5 zeros na antiga
Dados oficiais do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, por sua vez, estimaram em 3 milhões o número total de refugiados, número que pode chegar a até 5,3 milhões até o final deste ano.
O regime também é acusado pelo Humans Right Watch (eis a íntegra, em inglês) de torturar ao menos 32 pessoas, incluindo militares, por suspeita de conspiração contra o governo.
Em meio a sanções dos EUA, União Europeia e a crescente expectativa por uma ação mais energética da América Latina, a tendência do regime venezuelano é sofrer 1 isolamento da comunidade internacional.
Com isso, os desafios do 2º mandato de Maduro incluem a busca por uma saída para recuperar a economia, revisar a credibilidade internacional e impedir o aumento na evasão populacional da Venezuela.
Fonte: Poder360