
Com cerca de 80% das urnas apuradas, Zelensky, 41 anos, tem por volta de 30% dos votos, enquanto Poroshenko, 53, aparece em um distante segundo lugar, com aproximadamente 16%. A ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko está na terceira posição, com 13%.
Assim como já aconteceu em muitos países mundo afora, Zelensky encara o sentimento antiestablishment da população, desencantada com a corrupção da elite política tradicional e com a falta de solução para os conflitos separatistas no leste da Ucrânia, que já deixaram mais de 13 mil mortos desde 2014.
“Esse é apenas o primeiro passo rumo a uma grande vitória”, disse o candidato. O resultado final deve ser anunciado ainda nesta segunda-feira (1º), mas uma nova votação entre Zelensky e Poroshenko, em 21 de abril, é dada como certa.
“Somos pessoas jovens, não queremos todo o passado em nosso futuro”, acrescentou o comediante, que descartou formar uma aliança com Tymoshenko, já pensando nas eleições legislativas do segundo semestre.
Intérprete de um professor que se torna presidente em uma série de TV, Zelensky calcou sua campanha no combate à corrupção e na promessa de negociações diretas com a Rússia para encerrar os conflitos na Bacia do Don, onde grupos separatistas pró-Moscou controlam as regiões de Donetsk e Lugansk.
Poroshenko, por sua vez, reconheceu ter entendido o “sinal enviado pela sociedade”. “É uma dura lição para mim e minha equipe, é uma razão para trabalhar seriamente para corrigir erros cometidos nos últimos anos”, declarou.
Magnata da indústria do chocolate, o presidente viu sua popularidade desabar por causa da crise econômica na Ucrânia e do descumprimento da promessa de derrotar os rebeldes no leste e retomar o controle da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
O governo russo disse que gostaria de ver no comando do país vizinho um partido que seja contra a guerra.
Fonte: Terra.com
Foto: EFE – Ansa Brasil